Aos 25 anos, Christine Szymanski era uma professora de artes que
fazia planos de casar com o namorado num futuro próximo. Tudo mudou com
um simples mergulho mal-sucedido na piscina, que a deixou tetraplégica
em 2005. Coube ao noivo da moça, o músico Jimmy Morganti, a tarefa de
resgastá-la do fundo das águas, já com o pescoço quebrado. Seis anos
mais tarde, cansada de lidar com os problemas de sua limitação,
Christine decidiu dar fim a própria vida.
Antes disso, a americana
de East Brunswick, no estado de Nova Jersey, emocionou os amigos e a
família pela superação. Christine aprendeu a pintar quadros usando a
boca e exibiu sua arte em várias partes dos Estados Unidos. Além disso,
na esperança de encontrar uma cura para o seu problema, se tornou uma
ativista a favor das pesquisas com células-tronco.
- Eu estava em
negação ao menos durante o primeiro ano, pensando que minha força de
vontade seria o suficiente para curar-me. Minha ignorância me causou
muito sofrimento. É por isso que eu acho importante dividir a minha
história - escreveu Christine em seu blog, "Life Paralyzed" (o texto foi
publicado dias após a sua morte).
Jimmy se separou de Christine algum tempo depois do acidente.
Eles chegaram a tentar, sem sucesso, reatar a relação. Mesmo assim, a
amizade permaneceu, e foi o antigo companheiro que a ajudou a redigir um
e-book (livro virtual) com sua autobiografia. A obra já pode ser
comprada pela internet e será disponibilizada para tablets e e-readers
em breve.
- De certa forma, minha vida acabou no dia daquele
acidente também. Eu sempre fui loucamente apaixonado por ela e continuo
sendo - contou Jimmy ao site "New Jersey.com".
Quando desistiu de
lutar, Christine informou-se sobre as legislações referentes ao tema.
Ela chegou a pensar em mudar-se para um estado que permitisse o suicídio
assistido. A americana fez duas avaliações psicólogicas, consultou-se
com diversos médicos e visitou advogados. No fim das contas, com a
aprovação de quase toda a família (apenas uma tia era contra), a moça
parou de se alimentar e medicar até a morte, num processo que durou dois
meses (seis semanas a mais do que o planejado). Ela faleceu em 1º de
dezembro de 2011.
- Eu estava contigo no dia em que você veio ao
mundo, e também vou estar com você quando deixá-lo - prometera a mãe,
Louise Ruoff, que acompanhou o último suspiro da filha.
Em setembro, já determinada a não prolongar seu sofrimento,
Christine pagou por um período de férias na Disney com Jimmy, a mãe e a
irmã, Kati. Muito doente, ela praticamente não deixou o quarto do hotel.
-
Eu me faço a pergunta: Será que realmente vale a pena viver? Não pelas
razões de qualquer outra pessoa, ou por qualquer outra pessoa em si, mas
por mim. Eu já sofri o suficiente. Cheguei a um ponto que penso se eu
não estaria só prolongando minha própria dor - afirma Christine, em
outro trecho do seu blog.
Nascida no Dia da Independência dos
Estados Unidos, 4 de julho, a americana fez um último pedido: ter as
cinzas queimadas, misturadas a fogos de artíficio e disparadas na
fronteira do estado de Nova Jersey com o da Pensilvânia no feriado deste
ano, quando completaria 32 anos.
- Pela lei, eu não sei se posso fazer isso. Mas eu vou tentar - garante Louise Ruoff.
(Globo)
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