Biscateira, meretriz, vagabunda, mulher da
vida, puta, devassa, rapariga, são alguns dos vários sinônimos
atribuídos e que se adequam, ou não, às profissionais do sexo.
Além
dos sinônimos, vários também são os modos de vida de algumas delas:
Umas, estudantes (pagam a faculdade prostituindo o próprio corpo), ao
menos estão pensando no futuro; Algumas se entregam apenas
por pura vaidade (elas não sobrevivem sem uma grana no bolso, afinal,
como aplicar botox, silicone? Gordurinha na cintura nem pensar!);
Outras, coitadas, não são tão privilegiadas assim, se prostituem por
pura necessidade: Gordas, magras demais, com defeitos físicos,
baixinhas, cicatrizes escandalosamente expostas, mal vestidas, entre
outros defeitos que não agradam aos homens que pagam e querem um
“produto” com um mínimo possível de qualidade.
Por alguns anos fui
vendedor em uma loja nas proximidades da Praça da Sé em Salvador-Ba que é
sabido por muitos, se trata de uma região freqüentada por várias
profissionais do sexo.A partir de R$ 5,00, o programa custa de
acordo com os pedidos do cliente que podem ser um simples “papai e
mamãe” ou as mais estranhas, variadas e bizarras fantasias. O certo é
que a prostituta sobre a qual vou discorrer, apesar de cobrar por seus
serviços, sempre fez sexo por amor.
Certa feita uma delas se
aproximou de mim e puxou uma conversa que muito me chamou a atenção. No
meio da prosa ela me afirmou que mesmo fazendo sexo várias vezes ao dia,
sempre soube diferenciar a realidade da fantasia. O cotidiano da sua
profissão se ajusta perfeitamente aos seus desejos e anseios,
independentemente das conseqüências que isto lhe possa causar.
Habitualmente, segundo ela, ao terminar cada ato, já com o dinheiro na
bolsa, se retira do quarto, faz o sinal da cruz e parte em direção da
praça em busca de mais um cliente. E assim dia após dia, segue a sua
sina em busca do sustento.
Já tarde da noite, quando o movimento
começa a rarear é chegada a hora do retorno. Toma o ônibus lotado que já
faz parte da sua rotina e viaja de volta pra casa. Se a féria foi boa
ou não, quando desce do coletivo no ponto final, ela sempre entra na
padaria, compra pão e leite e anda mais cerca de uns 500 m. Quando abre a
porta, se depara com e sua filinha adolescente assistindo televisão. Da
um beijo no rosto da garota e diz com a voz trêmula pelo cansaço, filha
EU TE AMO!
FERREIRA JÚNIOR – GESTOR DE MARKETING E CRONISTA
Nota: Crônica do meu amigo Ferreira Jr, extraída de sua página no Facebook.
Enéias Teles Borges
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