Novas análises químicas feitas nas rochas lunares coletadas por
astronautas de quatro missões Apollo, da Nasa (Agência Espacial
Norte-Americana), trazem indícios de que a Lua foi formada a partir de
uma grande colisão entre dois planetas. A descoberta foi divulgada nesta
quarta-feira (17) em artigo científico no site da revista Nature.
Pesquisadores da Universidade de Washington, em St. Louis, e da
Universidade de San Diego, na Califórnia, compararam átomos de zinco
encontrados em pedras vulcânicas lunares com os de exemplares da Terra e
de Marte.
As amostras da Lua tinham um excesso mínimo de uma variante mais pesada
do elemento químico – que surgiu a partir de um processo de
vaporização, e não de atividade vulcânica ocorrida no satélite, como se
imaginava.
Segundo o estudo, uma colisão catastrófica fez com que os átomos de
zinco mais pesados se condensassem em uma nuvem de vapor mais
rapidamente do que os isótopos leves, formando a Lua. Além disso, o
grande choque gerou muita energia, suficiente para derreter o corpo
celeste causador do impacto, e fez com que boa parte dos átomos leves do
zinco ficassem na Terra, que ainda encontrava-se em um estado
primitivo.
“Como é que você remove todos os voláteis [átomos] de um planeta, ou
neste caso, de um corpo planetário?”, questiona James Days, um dos três
autores do artigo. “Você precisa de uma fusão massiva da Lua para
fornecer o calor necessário para evaporar o zinco.”
De acordo com os autores, entender como os corpos se formaram pode
revelar o porquê de a Terra ter condições favoráveis à vida e, ainda,
levar os cientistas a procurar melhor essas evidências em outros
planetas.
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